GAME OVER

Cheguei em casa as pressas, arranquei meus sapatos e os deixei jogados ali mesmo no canto da sala.
Minha mente ordenava "CAMA". Obedecendo-a fui direto ao encontro do meu endredom vermelho e do meu travesseiro macio. Deitei! Meus pés latejavam cansados, enfim mereciam um descanso. Gostaria de dizer o mesmo para minha consciência.
Feixe meus olhos que ainda estavam molhados de lágrimas.
Imaginei um quarto branco, e em minhas mãos, canetas coloridas.
- Escreva nessas paredes quem você é. - Ordenavam-me.
Aguardando empolgada, um comando da minha consciência e do meu cérebro que ordenasse
as minhas mãos à trabalhar e rabiscar compulsoriamente cada canto em branco existente naquele espaço, caí em decepção.
Em um segundo se fez silêncio absoluto, passaram-se minutos, até que se fez horas. Caí em desespero.
Afinal , quem sou eu ?
Corri desesperadamente em círculos, investigando algo sobre mim.
Trombei em algumas gavetas, denominadas arquivos. Submeti que tratavam-se de mim, resolvi abri-las, com um certo receio.
Encontrei papeis velhos e amarelados, demonstrando total desmazelo. Eu estava certa, tratavam-se de mim. Ansiosa comecei a lê-los,mas passei meus olhos em linhas em brancos, não conseguirá nem se quer imaginar palavras escritas ali, minha consciência havia parado de falar comigo. Caí na angústia.
Corri desesperadamente em círculos, investigando algo sobre mim .
Investiguei meu corpo procurando, uma marca , uma cicatriz, uma mancha, qualquer coisa. Mas as que minha memória guardava, haviam desaparecido. Revistei meus bolsos, querendo encontrar bilhetes, papeis de bala, ou notas amassadas, me deparei com poeira e vento. Caí na loucura.
Corri desesperadamente em círculos, investigando algo sobre mim. Corri tanto que não me restava fôlego.
Deitei, feixei meus olhos e me dei conta que nunca existi.