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sexta-feira, 23 de abril de 2010

The only exception



I’m sorry foi o que eu escrevi em um livro aberto sobre sua mesinha de centro, depois fiquei te vendo dormir, um sono leve, acaricie seus cabelos e fechei os olhos e pude naquele instante ver todos os seus sonhos, e todos eles eram sobre mim. Nele eu estava deitada sobre milhões de cartões em forma de corações e dentro deles havia lindas coisas sobre o amor, ou melhor, lindas mentiras sobre o amor. Meu coração disparou e senti extrema necessidade de sair dali, sair ou até correndo, para sentir o vento sobre meus cabelos laranja, para sentir a alegria e a liberdade de volta. Eu precisava disso, então cometi o meu primeiro erro: Levante-me e não olhei para trás, há muito tempo que não olhava para trás, desde que foi morar com meu pai.Agora já de olhos aberto, eu me levanto e vou em direção a porta e me forço olhar para você e ao te ver dormindo eu penso: I’m sorry.But I need that. I need find Who I am!Atravesso a primeira porta que vejo e saiu na sala de minha casa, e lá está meu pai jantando sozinho, em uma sala triste e cheia de lembranças, eu o abraço com força para não deixá-lo escapar e depois sentamos e jantamos juntos: Eu, ele e o silêncio. Quando eu o olho profundamente me lembro de quando eu era pequena e o vi chorar. Eu amaldiçoei o vento e desejei voltar ao tempo, voltar à primavera para encontrar risos e felicidade, mas o tempo não parou e muito menos voltou talvez eu não tenha pedido com fé, eu só não tenho mais esperanças em ser feliz. Então ele partiu seu próprio coração, e eu assisti tudo enquanto ele tentava o recompor para me provar que íamos ficar bem foi quando minha mãe jurou que ela nunca mais se deixaria esquecer, e nesse dia eu prometi que eu nunca mais cantaria sobre amor... Se ele não existisse. Dou-me por vencida pelos meus pensamentos e tento voltar para a sala de jantar então penso: Eu tenho tanta coisa para dizer... Eu começaria com: tudo vai ficar bem pai!Talvez um dia a dor vá passar, é quando cometo meu primeiro erro: não saber mentir bem.Levanto-me e pego um retrato da nossa família feliz e o levo para meu quarto de paredes verdes com um baú de grande cadeado, e com delicadeza eu coloco a foto no espelho da penteadeira, e começo a me arrumar, visto um vestido preto, prendo meu cabelo em um belo coque e passo um batom vermelho para quebrar a palidez de minha pele e o espelho me mostra a direção da porta branca, sem pensar duas vezes eu sigo em frente e não ouso olhar para trás.Atravesso a porta desconhecida e saiu em um chique restaurante o garçom me guia até a mesa, onde está sentando um rapaz sorridente. Eu me apresento e sento.Passo a noite toda ouvindo gargalhadas, eu tento rir junto e participar da piada, mas minha mente não estava lá, eu pego minha bolsa e saiu porta a fora, estava tão nervosa que nem reparei a direção que estava seguindo...E agora estou em uma igreja usando um casaco preto enquanto todos estão usando branco. Aquilo me parecia um casamento, mas quem estaria casando? E por que eu estava toda de preto? Me sento no banco de madeira e ouso os sinos da igreja é quando entra a noiva com um lindo vestido de alçinhas, todo detalhado em renda. Poderia ser eu, eu pensei.Bom eu acho que sou eu! Cabelos iguais, corpo igual... mas quem seria o meu noivo? Não estava preparada para nada aquilo. Só poderia ser um sonho, eu sabia que acordaria em poucos momentos, fecho os olhos e sempre nada. Então eu corro não pude evitar e de repente eu estava correndo em direção a outra porta dupla. EEu senti que precisava disso, eu queria-me sentir livre novamente. E quando atravesso a porta sou recebida por uma multidão de pessoas, todas pulando e cantando junto com a banda, contra vontade própria sou arrastada até a ponta do palco e instintivamente começo a procurar algo. Eu não sabia o que era. A única coisa que eu sabia era que algo ou alguém ali no meio dessas pessoas estranhas pertencia a mim. Eu fui empurrada e trombei com um homem alto e imediatamente pude sentir um perfume familiar, era ele.Fui toma aos braços e gentilmente ele sussurro em meu ouvido: You are the only exception. Meu coração bateu muito forte e senti como se borboletas nascessem em minha barriga. Foi como se o chão não estivesse lá, mas ele poderia me segurar e eu sabia que nunca me soltaria, então eu me afastei daquele braço consolador e corri, corri como nunca havia corrido, e assim passei por todas as portas de minha vida: a igreja, o restaurante, o meu quarto de paredes verdes, a sala da minha casa e por ultimo eu te encontrei da mesma forma de quando eu o deixei, mas agora algo está diferente. Agora eu sei que eu encontrei a única exceção da minha vida, então fiquei o admirando de onde eu estava: parada e costas com a porta Talvez eu soubesse que em algum lugar no fundo da alma o amor nunca dura e temos que arranjar outros meios de seguir em frente sozinhos. Ou ficar com uma cara boa, porém eu sempre vivi assim, sempre mantendo uma distância confortável. Até agora. E há muito tempo atrás eu havia jurado a mim mesma que eu ficaria contente com a solidão porque nada disso algum dia valeria o risco, mas... Talvez existam exceções. Ele era a minha. Eu sei disso agora, eu posso sentir. Não pense que sou aquelas românticas incorrigíveis muito pelo contrário eu tenho uma forte noção de realidade, mas não consigo deixar o que está na minha frente escapar de minhas mãos. A pior parte de tudo isso é que eu também sei que você estará partindo quando eu acordar de manhã, mas antes eu te peço deixe-me uma prova de que não é apenas um sonho.Agora eu estou sentada em seu sofá, eu pego a folha que havia escrito e coloco no bolso do meu casaco e me deito ao lado dele, encosto meu ouvindo no peito em movimento e posso ouvir o coração. Ele está falando comigo.E eu estou a caminho de acreditar. Oh, e eu estou a caminho de acreditar.


De sua Talvez apaixonada Sussene!

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